quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Do silêncio ao grito: porque ser feminista

O surgimento do Movimento Feminista em meados do século XIX trouxe enormes conquistas para nós mulheres. Aos poucos fomos adquirindo, através de muita luta o direito de trabalhar, estudar, votar, escolher quando e como ter filhos. O Feminismo foi fundamental para que pudéssemos nos libertar das amarras opressoras da sociedade patriarcal.

Mulheres e homens, nas sociedades primitivas, viviam em um sistema de comunhão, em que a divisão social de tarefas não resultava de um oprimindo o outro. Mas, em algum ponto da história, isso começou a mudar, quando os seres humanos começaram a fixar-se nos espaços e a constituir “famílias”, criou-se a ideia de propriedade: da terra, das coisas, da mulher (que passa a ser um objeto do homem). Foi aí que começou a se disseminar a suposta inferioridade da mulher, pensamento este que começa a ser colocado em xeque a partir do advento do Feminismo.

Certo! Então, nas sociedades primitivas mulheres e homens eram tratados com igualdade (chegaram a existir sociedades matriarcais!); depois os homens decidiram: não! mulheres são objetos, são propriedades, posso fazer delas o que quiser. Bem mais tarde, as mulheres disseram: não! não somos objetos, queremos igualdade! - e aí (através de muita luta) conquistamos vitórias e direitos.

Mas hoje, ainda temos direitos a serem conquistados? O Feminismo ainda é necessário? Muitas pessoas (inclusive mulheres!) responderiam negativamente a esta última pergunta. No entanto, somente no Brasil estatísticas mostram que a cada 15 segundos uma mulher é espancada, todos os anos mais de 40 mil mulheres são assassinadas, a cada 12 segundos uma mulher é estuprada. Nós mulheres sofremos todos os dias com a violência praticada por homens que ainda pensam que somos coisas, e como coisas devemos nos submeter às situações que eles nos impõem.

Todos os dias, como coisas que somos, nos julgam pelo nosso comportamento, nos dizem como falar, vestir, relacionar, nos dizem que temos que ter filhos (querendo ou não), nos dizem que "isso não fica bem para uma mulher", que "em briga de marido e mulher, não se mete a colher e se ela apanhou, alguma coisa ela deve ter aprontado"; todos os dias somos obrigadas a ouvir sem reação na rua um "gostosa", "quero te chupar todinha", ou um simples "moça, você é linda", afinal objeto não deve reagir, deve no máximo sorrir, como se dependêssemos da aprovação masculina para sermos lindas.

Agora eu te pergunto: isso está certo? Claro que não! Por isso tudo é que o Feminismo ainda é necessário, que a luta das mulheres por igualdade é fundamental para a construção de uma sociedade justa socialmente.

Por isso convidamos tod@s a participarem da Oficina do Coletivo Feminista Rosas de Liberdade no VI Festival de Direitos: "Do silêncio ao grito: porque ser feminista", no dia 01/11/2013, das 15 as 18 horas, no Campus Rondon da UFOPA.

Enquanto houver machismo, o Feminismo precisa existir!

Mais informações sobre a Oficina e o Festival de Direitos em: festivaldedireitos.blogspot.com


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Estatuto do nascituro: Um retrocesso aos Direitos conquistados pelo movimento feminista

Há cerca de um mês, foi lançada em São Paulo a Jornada Nacional Contra o Estatuto do Nascituro e, em articulação com os grandes movimentos nacionais que acontecem principalmente essa semana, o Coletivo Feminista Rosas de Liberdade chama tod@s a participarem neste sábado, dia 28 de setembro de 2013, do “Cine-debate: o aborto e o Estatuto do Nascituro”, onde estaremos realizando uma atividade de formação sobre este projeto de lei, o qual, dentre outras coisas, prevê a chamada “bolsa estupro”, a paternidade do estuprador e a impossibilidade de se realizar a interrupção da gravidez, mesmo as que já estão legalmente previstas.



Mesmo que o estatuto do nascituro seja apenas um projeto de lei (que tem grandes possibilidades de ser aprovado do modo como está), debatê-lo e estudá-lo é de suma importância, principalmente pela forma com que as mulheres estão sendo tratadas, mais especificamente as mulheres vítimas de abuso sexual.


Trata-se de uma clara violação aos Direitos Humanos, o qual retira  o direito da mulher sobre o próprio corpo, um retrocesso em relação aos direitos conquistados, direitos esses que, ao lado da ordem constitucional estruturante do Estado, cinge-se a um objetivo comum. O estatuto do nascituro legaliza o que a sociedade patriarcal vem fazendo ao longo do tempo, que é incutir na mulher um sentimento de inferioridade que sustentará o mecanismo de culpabilização, culpa esta que é retirada do homem agressor, e repassada à mulher, vítima, que não pode optar se quer ou não carregar o fruto dessa violência, e, post factum, ainda é obrigada a manter vínculos com o agressor.


Imperioso ressaltar, que diante do que o referido projeto de lei nos oferece, torna-se clara a violação e retrocesso de nossos direitos enquanto mulheres, é um projeto que vai de encontro com o que já foi construído pelo movimento feminista, e, mais ainda, do que iremos construir. Não se trata apenas de “proteger a mulher” como muitos defensores desse projeto tentam nos mostrar, mas se trata de oprimir a mulher vítima de violência sexual, tirar-lhe a liberdade de escolha e a garantia de direitos.


Desta forma, se faz necessária a intervenção do movimento feminista para manifestar contra o avanço do estatuto, por isso, nos reuniremos neste sábado, dia 28 de setembro, as 16:00 horas, na UFOPA campus Rondon, para junt@s fortalecermos esse debate, sendo imprescindível a participação dos  movimentos sociais e setores da sociedade civil, sendo que, juntos, mobilizaremos para barrar este projeto de lei, que é mais uma expressão da sociedade machista e patriarcal brasileira,  enfim, lutaremos pela autonomia das mulheres. E a palavra de ordem do dia: Estatuto do Nascituro, não passará!



Venha fazer parte você também, venha construir o amanhã!





terça-feira, 2 de julho de 2013

Nota de Repúdio

Recentemente acompanhamos pelas redes sociais o drama de uma família Santarena pelo desaparecimento da menor M.H. de 12 anos de idade.  Em 2012, a família havia feito denúncia na delegacia contra um homem, com aproximadamente 25 anos de idade, por estupro de vulnerável, e no entanto, o procedimento não foi levado a sério pelas autoridades policiais. Até que no dia 26 de junho, a menor foi levada de casa pelo mesmo homem, quando então, a polícia especializada realizou o procedimento de emissão de mandato de prisão contra o rapaz, que está foragido. Mas o que nos choca nesse caso é a demora na tomada de providências e como parte da sociedade e agentes do próprio Estado encararam o caso.
Há uma tendência natural dessa sociedade machista e patriarcal em culpabilizar as vítimas pela violência que sofrem, tendência essa que se reflete no comportamento de muitos agentes públicos quando diante de casos de violência contra a mulher, principalmente violência sexual. Segundo a família da vítima alguns agentes públicos que acompanham o caso tentaram induzir a menina a dizer que havia “consentido” a relação sexual e adotaram uma postura, que infelizmente é comum em casos de violência contra a mulher: encontrar na conduta da vítima a razão pela violência sofrida. Nesse caso, o suposto “consentimento” da vítima, suplantou o bem jurídico protegido pelo Código Penal, que ao tipificar como estupro de vulnerável, manter relação sexual com menor de 14 anos, o assegura, justamente porque a (o) menor não tem condições psíquicas para dar tal consentimento.
No caso em questão, tal postura ainda torna-se mais grave, pois se trata aqui de menina de apenas 12 anos de idade, uma criança que teve a sua liberdade sexual violada e isso não podemos normalizar ou acreditar que o “consentimento” da menina apaga ou diminui a violência sofrida.
Diante disso, nós do Coletivo Feminista Rosas de Liberdade repudiamos a postura e as declarações de alguns agentes do Estado, que acompanham o caso, visando culpar a menina pela violência sofrida e exigimos a imediata punição do agressor. Por fim, repudiamos essa sociedade que erotiza nossas crianças e adolescentes e quer tornar banais casos como este!!!!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Seminário 8 de Março: Um chamado ao Feminismo


O Coletivo de Mulheres Rosas de Liberdade, em parceria com a União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém – UES, chama a sociedade santarena a participar do seu II Seminário, intitulado  8 de março: um chamado ao Feminismo  a realizar-se no dia 08 de março de 2013, às 14:00 horas, no Auditório Wilson Fonseca da Universidade Federal do Oeste do Pará, localizado na Av. Marechal Rondon.
O evento, a exemplo do que ocorreu no ano passado, será um espaço de organização, discussão e intercâmbio entre a sociedade em geral, bem como os estudantes universitários, estudantes secundaristas e pré-vestibulandos, profissionais da educação, entidades e militantes de movimentos sociais, para promover o debate sobre o feminismo e as questões de gênero, raça, sociedade, violência, saúde da mulher e mulher e mídia e dialogar com instituições e movimentos sociais acerca dos altos níveis de violência contra a Mulher no município de Santarém, visando à elaboração de propostas concretas de atuação conjunta entre esses diversos segmentos sociais de Santarém.
Por isso, desde já, contamos com sua presença para ajudar na construção de uma sociedade mais feminista e menos excludente.


Programação:
            DATA
HORÁRIO
ATIVIDADE




08/03/12
(sexta-feira)


            14h           
Credenciamento
14:30h
Mesa de abertura – Por que ainda ser Feminista?
15:30h
Oficinas:
* Mulher e mídia – Coletivo Feminista Rosas de Liberdade
* Violência de gênero – Coletivo Feminista Rosas de Liberdade
* Gênero e raça – Prof Carla e Coletivo Feminista Rosas de Liberdade
18:00h
Cultural: Mulheres cantam a Liberdade!
Para maiores informações entrar em contato com Francieli Sarturi (9111-7559), Luanna Silva (9154-4591).